Cultura Data-Driven: Sem Dados, Decisões São Apenas Opiniões

Nos últimos anos, a tecnologia revolucionou a forma como empresas gerenciam suas operações. No centro dessa transformação está a cultura data-driven, ou cultura orientada por dados. Para indústrias e distribuidoras de pequeno e médio porte, essa mudança não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade para se manter competitivo em um mercado cada vez mais dinâmico.

Imagine o seguinte cenário: uma distribuidora está enfrentando problemas frequentes de rupturas de estoque. Produtos essenciais faltam no momento em que os clientes mais precisam, enquanto outros ficam parados no depósito, ocupando espaço e gerando custos desnecessários. Após meses de prejuízo, a empresa decide analisar os dados disponíveis em seu ERP. É quando descobre que a causa principal do problema era um cadastro incompleto de produtos ou lançamentos incorretos, que impediam a identificação correta de itens com maior ou menor giro. Isso acontece em algum lugar ou é apenas suposição?

Com ajustes simples — e a conscientização da equipe sobre a importância da entrada correta de informações —, a distribuidora transformou seus dados em insights práticos, otimizando o estoque e melhorando a satisfação dos clientes. Esse é apenas um exemplo do poder da cultura data-driven.

Mas o que exatamente é essa cultura e como ela pode transformar sua empresa?

O Que Significa Ser Data-Driven?

A cultura data-driven é a prática de colocar os dados no centro de todas as decisões da empresa, desde o planejamento estratégico até a operação do dia a dia. É sobre confiar em informações concretas, e não em suposições ou intuições.

Pense em uma pequena indústria alimentícia que usa dados de vendas para planejar sua produção. Sem análise detalhada, ela poderia fabricar demais de um produto com baixa demanda, gerando perdas, ou de menos de um item popular, frustrando clientes. Agora, imagine se essa mesma empresa utilizasse relatórios do ERP para identificar padrões sazonais — por exemplo, uma maior procura por determina linha de produtos inverno e outra linha de produtos no verão.

Com base nesses dados, a produção seria ajustada de maneira precisa, evitando desperdícios e aproveitando oportunidades. Esse é o coração da cultura data-driven: transformar informações em ações inteligentes. Agora o que acontece com essa análise se os dados não são tratados com a sua devida importância? Produtos cadastrados com linhas incorretas, estruturas de produtos incompletos, cadastros genéricos? Bom, essa decisão não seria das melhores concorda?

Por Que Muitas Empresas Ainda Não São Data-Driven?

Apesar de seus benefícios claros, muitas empresas, especialmente de pequeno e médio porte, ainda não adotaram essa abordagem. Algumas razões comuns incluem:

  • Dados de baixa qualidade: Muitos ERPs estão repletos de dados incompletos ou desatualizados. Cadastros de clientes apenas com dados necessários para emitir uma NF-e, sem pensar em agrupados estatísticos bem elaborados, produtos com informações inconsistentes que dificultam qualquer análise. Cadastros auxiliares que deveriam realmente gerar agrupadores estatístico são apenas dados genéricos para o “cadastro passar” nos campos obrigatórios.
  • Falta de hábito ou conhecimento: A equipe não entende como dados podem ajudar, encarando o preenchimento de informações como uma tarefa meramente burocrática.
  • Resistência à mudança: Algumas empresas acreditam que processos baseados em experiência ou intuição são suficientes.

No entanto, superar essas barreiras é possível — e extremamente recompensador.

Como Criar uma Cultura Data-Driven na Prática?

A criação de uma cultura data-driven não acontece do dia para a noite. É um processo que exige envolvimento da liderança, capacitação da equipe e uso inteligente das ferramentas disponíveis. Veja como sua empresa pode começar:

1. Melhore a Qualidade dos Dados

Vamos a um exemplo, uma empresa que percebeu problemas ao tentar identificar klusters de clientes mais lucrativos. Após uma auditoria nos dados, descobriu que boa parte dos registros no ERP estava incompleta (Qual Segmento do Cliente? E seu Setor? Qual porte desses Clientes? A qualidade do cadastro atende o básico, mas atende a gestão? Já tentou por exemplo realizar uma análise RFM em seus clientes, com registros sem qualidade?

Implementar treinamentos básico sobre a importância do preenchimento correto de cadastros, explicar onde esse pequeno dado impacta na gestão da empresa é um passo importante para esse processo.

2. Envolva Todos os Setores

A cultura data-driven não pode ser responsabilidade apenas do setor administrativo ou de TI. Ela deve envolver todas as áreas. Por exemplo:

  • Logística: Utilizar dados para monitorar o tempo de entrega e identificar rotas mais eficientes.
  • Vendas: Analisar o comportamento dos clientes para prever tendências e ajustar estratégias comerciais.
  • Produção: Usar dados históricos para planejar melhor os ciclos produtivos, reduzindo o desperdício.

Cada departamento tem um papel fundamental na coleta, análise e uso de dados e sempre lembrando que um departamento gera informações que outros departamentos vão utilizar, então se um não esta alinhado com essa cultura, os demais serão impactados.

3. Comece Com Pequenos Passos

Muitas empresas acham que precisam de uma transformação tecnológica completa para se tornarem data-driven. Mas, na prática, pequenas mudanças já fazem diferença.

Inicie higienizando e lapindando os cadastros básicos, identifique quais agrupados são importantes, não deixe dados genéricos. Com pequenas mudanças, é possível criar um leque de informações geradas por dados de qualidade, com base nesses novos dados, novas ideias e necessidades vão surgindo e isso se torna um ciclo.

Os Benefícios Reais de Ser Data-Driven

Adotar uma cultura data-driven transforma a forma como empresas enfrentam desafios e identificam oportunidades. Aqui estão alguns benefícios tangíveis que indústrias e distribuidoras podem esperar:

1. Redução de Custos

Empresas que utilizam dados para otimizar processos podem reduzir custos de forma significativa. Por exemplo, ao analisar dados de logística, é possível identificar rotas mais curtas ou consolidar entregas para reduzir despesas com transporte. Já no chão de fábrica, o monitoramento de indicadores pode ajudar a minimizar desperdícios, como matéria-prima usada em excesso ou horas extras desnecessárias.

2. Melhora na Satisfação do Cliente

Ao cruzar informações de pedidos com o estoque disponível, uma empresa pode evitar atrasos nas entregas ou problemas como produtos indisponíveis. Dados sobre o comportamento dos clientes, como itens mais comprados ou sazonalidade da demanda, permitem criar estratégias personalizadas, aumentando a fidelidade e a satisfação dos consumidores.

3. Planejamento Mais Preciso

Com a análise de dados históricos, é possível prever flutuações na demanda e ajustar o planejamento da produção ou das compras. Empresas que utilizam esses dados para se antecipar a tendências de mercado conseguem não apenas reduzir o impacto de imprevistos, mas também aproveitar oportunidades de crescimento, como lançar novos produtos ou entrar em novos mercados no momento certo.

4. Decisões Mais Assertivas

Ao adotar uma abordagem orientada por dados, gestores podem tomar decisões com base em informações concretas, como margens de lucro por produto, desempenho de fornecedores ou eficiência operacional. Por exemplo, uma análise detalhada pode revelar que uma linha de produtos consome muitos recursos e gera pouco retorno, permitindo ajustes ou descontinuação dessa linha para focar em opções mais rentáveis.

5. Melhor Uso de Recursos

Empresas que monitoram indicadores como produtividade da equipe ou tempo médio de execução de tarefas conseguem identificar gargalos e otimizar o uso de seus recursos. Isso pode incluir alocação de mão de obra em atividades mais estratégicas, ajustes nos turnos de trabalho ou mesmo automação de processos que consomem muito tempo e são propensos a erros humanos.

Dados Não São Apenas “Números” — São Oportunidades

A cultura data-driven não é sobre transformar sua empresa em um negócio totalmente tecnológico da noite para o dia. É sobre usar o que você já tem — os dados que sua empresa coleta diariamente — de maneira inteligente.

Parafraseando William Edwards Deming (simplesmente o criador do ciclo PDCA), “sem dados, você é apenas mais uma pessoa com uma opinião” e aqui acrescento, que não basta ter dados, eles precisam ser de qualidade. Reconhecido como um dos patronos da qualidade, Deming introduziu conceitos que mudaram a forma como as empresas operam. Sua filosofia de que todos os colaboradores têm um potencial ilimitado, desde que inseridos em um ambiente que favoreça o desenvolvimento e a expressão de suas habilidades, foi um divisor de águas. Ele defendia que a melhoria da qualidade não é tarefa isolada, mas um esforço coletivo de toda a organização e isso é diretamente relacionado a criação de uma cultura data-driven.

Ao garantir a qualidade das informações, envolver sua equipe e aproveitar as ferramentas disponíveis, você pode tomar decisões mais assertivas, reduzir custos e impulsionar o crescimento.

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